The Wherlocke Series

A Série
 
Uma série leve, história envolvente, personagens carismáticos e fortes mesmo que com sua essência frágil. Pessoas marcadas por passados muitas vezes dolorosos e que o perseguem e ainda assim não os deixam ditar a forma em que vivem. Romances fortes sem deixar que se tornem amores fantasiosos de pessoas que "nasceram para estarem juntas", realistas dentro do que chamaria de um universo de livros onde o romance existe quase que dentro de um mito. Humor leve, desisteressado, e ocorrido ao acaso, sem ser o foco da história, apenas algo ocasional para relaxar corações. Aventuras e mistérios que não exigem muito da mente do leitor, mas ainda assim o prende para o momento e a forma de se resolver da situação. Uma série gostosa, eu diria até encantadora, não brilhante em sua essência, mas, que nos prende e nos deixa mais leve a cada linha.

A série: Primeiro tenho de já explicar, esse livro é o primeiro da série dos Wherlocke. Isto não fica claro na edição brasileira creio que por cada livro tratar de um membro diferente das famílias Wherlocke e Vaughn, ambas com membros que apresentam dons. Estes dons vão desde os mais simples aos mais pesados e obscuros, deixando alguns livres para viver sua vida e outros trancafiados em quatro paredes por vontade própria.
Os "dons" ou "maldições": Gosto muito da forma da autora tratar os "dons" de seus personagens, eles estão sempre os chamando assim, entretanto, a família possui muitas historias trágicas e sombrias, muito abandono e reclusão. Mesmo os personagens constantemente insistindo que o que apresentam são "dons" eles deixam no ar uma impressão que eles mesmos às vezes duvidam se aquilo não foi a uma maldição do pior tipo. Alguns às vezes falam de uma forma que me faz pensar quem eles tentam convencer, os outros ou a si mesmos. Gosto disso, pois mostra uma mágoa amadurecida. Independente do que sentem, os personagens tem de aceitar o que de fato são e não os pegamos em momentos de crises existenciais, eles já sabem o que são e já planejam como viver sua vida com isso. Eles não irão ficar chamando seus "dons" de "maldições" mesmo que às vezes você sinta que é difícil para eles não pensarem assim. Eles sempre terão "dons" e apenas "dons", pois eles  entendem que o mundo pode não entende-los, mas, sabem que se eles próprios não o fizerem ai sim estarão criando uma "maldição" e exatamente por isso lutam, persistem e ajudam uns aos outros de uma forma que de fato às vezes mais lembra um clã que uma simples família. Em momento algum eles exigem aceitação ou crença, seguem apenas contra o repúdio, medo e grosseria. O clã sabe a verdade sobre eles e até certa medida os protege, guia e oferece o apoio que precisam, e entre estes, nunca estarão sozinhos.
O clã dos Wherlockes e Vaughs: Uma família se mantém unida, mas não creio que seja exatamente isso que eles fazem... Você não vê os personagens da família se cruzando por simples conveniências, muito pelo contrario, inclusive, de forma geral, quando algo ruim acontece com um deles temos mais primos indo auxilia-los que irmãos mesmo que em sua maioria ambas as famílias tenham muitos filhos. Você tem um exemplo vívido disto neste livro, a Chloe tem irmãos, mas, estes não são os que aparecem para auxilia-la. Uma coisa curiosa desta família é que todos agem como se fossem irmão que se conhecem há décadas, a ligação deles ocorre em virtude dos "dons" que os fazem diferentes dos demais, e esta ligação é tão forte que mesmo que os personagens pouco se encontrem em seu dia-a-dia, quando um deles precisa os outros param para auxilia-lo ao maximo como se não imaginassem uma possibilidade diferente. Eles arriscam suas vidas pelo outro como se em nenhum momento tivesse passado por suas cabeças a possibilidade de fazer diferente. Eles são um clã, uma unidade que permanecem dispersos, entretanto a partir do momento que suas vidas se cruzam formam uma união familiar sem limites e um não deixará o outro sozinho a partir do instante em que perceber sua dificuldade. Este clã trabalha como uma orquestra organizada em anos de luta de incompreensão.
Como se encontram: A desculpa tinha tudo para ser a mais esfarrapada possível. Quando um é ferido os demais percebem, assim os membros do clã se reúnem a cada dificuldade. Isto foi uma prova que as melhores soluções são as mais simples se você souber lidar com elas. Com isto a autora não precisa criar coincidências milagrosas de vidas se cruzando, especialmente difícil na época retratada, ou colocar seus personagens desesperados pelo medo e enviando cartas para todos os lados. É claro que essa ideia maravilhosa não funcionaria se a autora não estruturasse tão bem seus resultados. Embora os personagens sempre digam que esta foi uma forma de se defenderem da inquisição, a explicação de fato se mantém bem por causa da forma em que a autora mostra o clã. Essencialmente disperso, mas, no momento de auxiliar um membro este é tão coeso como se tivessem vivido toda a vida juntos e o fazem de forma tão natural que aparentam que este é um modo de ser incrustado de forma tão funda neles que sequer percebem quando o fazem. O encontro então se faz de forma, por mais incrível que pareça, natural, no momento em que os membros são avisados os outros vem aparecendo e, é como se no simples ato de aparecer eles já fossem presos às entranhas do problema em questão, onde ficam até o fim.
As visões: Outra forma de saberem que os outros familiares estão com problemas é através de visões de seus membros. Os Wherlocks e Vaughns inclusive tentam fazer com aqueles que apresentem este dom não fiquem todos muito próximos por ser difícil "enxergar" aqueles próximos a você e família precisar de seus "olhos abertos" para proteger a todos. Embora muitos apresentem este dom ele funciona de muitas formas diferentes. As sombras dos eventos de Olivia, as imagens enigmáticas de Chloe, intuições de Alethea e sonhos de Olwen parecem servir para algo em comum, mas, acontecem de formas tão diferentes que você não tem escolha a não ser pensar em dons diferentes também. Desta forma, a autora abre espaço para um leque tão grande de dons que ao mesmo tempo em que dá raiva por você não conseguir descobrir tão fácil os dons por serem muitos (mesmo que alguns com apenas pequenas diferenças), você fica feliz pois sabe que você ainda tem muito o que ver nos demais livros e nos inúmeros personagens.
A história dos personagens principais: A autora quer escrever uma historia, esse é o foco dela e deixa isso bem claro. Diferente de muitas outras que lemos, nesta série a autora não parece se focar especialmente para que você entenda a vida e dons de seus personagens (mesmo os principais), ela vai contando uma história, no meio do caminho seus personagens são descobertos na medida do necessário. Ela não para a escrita para descrever a fundo os personagens principais, ela apenas escreve, abrindo espaço para situações que a permitam que os protagonistas mostrem mais sobre si mesmos de forma que não ficamos ansiosos apenas pelos acontecimentos, mas também por respostas sobre a própria vida dos principais. Isto é excelente na medida em que nos prende ainda mais ao enredo, mas, é especialmente chato quando você percebe que aqueles personagens te cativaram tanto que você daria tudo por mais detalhes sobre a vida deles, alguns que você sabe que não aparecerão por não ser o foco da escrita.
A história dos personagens secundários: Estas em geral não aparecem, salvo alguns poucos casos. A autora estrutura o texto de uma forma tal que os livros e personagens coexistem. Personagens principais de um se tornam secundários em outros ou são apenas citados em terceiros. Nestes a autora realmente não foca no passado, esta que só é tocada em caso de necessidade para o livro, caso contrário à autora deixa que o personagem e mesmo seus dons permaneçam levemente incompreendidos, nos prendendo ainda mais a série, onde a cada personagem que aparece ficamos na torcida que o próximo seja algum conhecido do qual tenhamos curiosidades ainda não saciadas, mas, ao mesmo tempo, chateando-nos ao pensar que provavelmente jamais conheceremos boa parte dos personagens e ficaremos em uma curiosidade eterna. A autora parece ter mais liberdade em falar da história de secundários apenas quando os personagens foram protagonistas de livros anteriores, exatamente por isso sugiro a leitura da série em ordem, pois nos poupa das curiosidades que enfrentaríamos nos livros posteriores caso não tivéssemos lido os anteriores. A autora parece usar deste artifício de forma a promover os demais livros fazendo com que desejemos ler a todos e isto ela de fato consegue.
Época: A história se passa no século XVIII, gosto disso, pois diferencia a história dos milhares de romances atuais, mas, também me apavora, pois em muitos romances de época pode acontecer um exagero em descrições do ambiente e sociedade (inclusive para o leitor se situe nesse novo ambiente para ele) tornando a historia lenta e perdendo, em muitos casos, o calor do momento. O que ainda poderia acontecer e que me desesperaria seria o personagem agir de uma forma que não condiz a época em que vive, trazendo um toque surreal tão grande que ficamos desacreditadas. No caso específico desta série nada disso ocorreu. Admito que fiquei até um pouco chocada, mas, a leitura é leve, os acontecimentos se dão de forma razoavelmente rápida e os detalhes de época seguem o mesmo padrão. A autora simplesmente age como se já soubéssemos o suficiente da época para prosseguirmos com a leitura sem maiores detalhes e como ela escreve se forma corrida, sem maiores descrições e com grande parte da historia ocorrendo entre quatro paredes não se faz necessário muitas dessas explicações. De fato às vezes eu até levo um susto quando leio partes que relembra a época em que a história ocorre. A autora faz seus personagens agirem conforme a época, mas, isso se dá de forma tão natural que nem sentimos o fato e quando achamos que tem algo levemente não condizente com a época, basta lembrar que o Clã é tão "excêntrico" que este detalhe pode ser simplesmente interno a este grupo.

Enfim... Gostei da série, acho que é o tipo de livro que a vale a pena ler para aqueles momento em que você precisa descansar mas ao mesmo tempo gostaria de algo envolvente e encantador. Creio que os melhores foram os dois primeiros (especialmente o segundo), uma vez em que principalmente no quarto livro os personagens antes tão fortes parecem estarem se tornando apenas uma sombra do que um dia foram (comentarei os livros um por um mais tarde).  Mesmo assim não retiro o que disse, li e indico. 


Ordem da série

A Vidente
A Sensitiva
A Intuitiva
O Escolhido 

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Guerra das Bruxas: O Clã da Loba (Maite Carranza)

Trilogia: "A Guerra das Bruxas"
Volume 1: "O Clã da Loba"

"Desde tempos remotos, os clãs das bruxas Omar viveram escondendo-se das sanguinárias bruxas Odish e esperando a chegada da eleita pela profecia. Agora os astros confirmam que o tempo está próximo. Anaíd viveu durante seus catorze anos alheia aos segredos que afetam a sua família, até que o misterioso desaparecimento de sua mãe, Selene, a ruiva, a põe frente a frente com uma verdade tão apavorante como incrível e a obriga a percorrer um longo caminho coalhado de perigos e descobrimentos"

Porque falar deste:
Este é o livro que li ontem. Aleluia encontrei um livro de ficção que não puxasse para o drama de personagens mazoquistas, dramáticas ou antiéticas.

Pontos positivos:
O livro da Maite Carranza consegue trazer um mistério típico de livros de ficção/suspense. A autora embora tenha o olhar focado na história da protagonista Anaíde lhe permite ainda assim ver o ponto de vista de vários outros personagens como o da sua mãe desaparecida Selene. Gosto da forma como ela dosa isto, ela sabe o limite do que pode mostrar da visão dos outros, de forma a não fazer perder o suspense das perguntas que o leitor fica em sua cabeça, mas, ao mesmo tempo, não força para que você nada saiba, tendo entao um mistério corrente com diversas pistas, onde você ao mesmo tempo que percebe que tudo vê, pensa que nada entende. As informações que a autora lhe oferece são dosadas na medida certa para oferecer-lhe a mistura não perfeita mas ideal ao momento em questão.

Outro detalhe que gostei bastante foi do mundo criado pela autora. Creio que as profecias e antigos escritos deixados durante o texto seriam em sua grande parte desnecessárioa, mas, o seu mundo é claramente complexo e organizado. Muitas vezes quase que indecifrável especialmente em virtude de seus pormenores e das visões restritas que temos deste.

Perdi as contas de por quantas vezes não pensei "porque elas não simplesmente fazem isto", mas, momentos depois percebi que eu observava os acontecimentos de um ponto de vista racional, não emotivo, e acima de tudo, não político como o mesmo claramente é (mesmo que visto de um ponto de vista tão prático como o da protagonista).

Jogada de Gênio:
Por fim, uma jogada de gênio da escritora: Intuição! Simples assim. Sabe aqueles livros onde você para e fica pensando "poxa é claro e ele por acaso sabia que era exatamente para ai que deveria ir", pois bem, você não tem que se preocupar com este tipo de besteira porque a autora seguiu por um caminho simples, quase que obvio, mas que poucos autores se tocaram então. A personagem é uma bruxa, ela tem um sexto sentido, então tem coisas que ela simplesmente sabe que tem de fazer ou que vai acontecer simplemente por causa disto! Não procure uma explicação lógica pois não há! Bem vindo ao universo da intuição.

Mais um detalhe:
Uma coisa que me desistimulou no livro foi a capa. Sei que isto é horrível, mas, já tenho costume de julgar livro pela capa. Bem, a capa nova está muito sem graça, exatamente por isto procurei esta capa mais antiga e a coloquei aqui. Na minha singela opinião esta sim é bem melhor

Obrigada:
Felipo por ter me indicado e dado o livro. Bom olho.

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Gone: Desaparecer (Lisa Mcmann)

Sinopse: No início Janie acreditava que já sabia o que o futuro lhe reservava e pensou que estava em paz com isto. Mas, o que Janie não suportou, foi ver Cabel afundando com ela.

Janie só vê uma maneira de dar a Cabel a vida que ele merece – ela precisa desaparecer. Mas isto pode destruir os dois.

Então, um estranho entra em sua vida – e tudo se desfaz. Seu futuro, antes previsto, sofre uma reviravolta trágica e suas escolhas se tornam mais terríveis do que Janie jamais imaginou. Ela só precisa escolher o menor dos dois males. E o tempo está se esgotando…

Publicado: Esta sendo publicado no Brasil agora mesmo, então para quem interesse já pode ir atraz que o ultimo livro da trilogia agora esta completo.

Pontos positivos: A autora continua escrevendo muito bem e mantem seus personagens sólidos e suas atitudes completamente de acordo ao que eles passaram em vida. Personagens como a mãe dela começam a ser abordados com mais detalhes e até um pouco sobre o passado desta será entendido, fechando o ciclo aberto em Wake.
A história mostra-se ainda mais realista ao tratar de temas como o alcoolismo e o desgaste do relacionamento de Cabel e Janie. Ambos dois mostram exatamente o que a série quer passar: somos apenas humanos, não personagens de contos de fadas, o mundo não é perfeito, de forma que temos de lutar para que consigamos aquilo que realmente queremos.
Outra coisa que chama a atenção neste livro é a força de Janie, mesmo com a maior barra que ela está passando, o que a faz pensar de uma forma mesmo que um tanto egoista as vezes, ela se mantém forte e tenta passar essa força para o Cabel mesmo quando ela está quebrada por dentro.
Acho que por tudo o que a Janie está enfrentando devo dizer que ela se mostrou uma das personagens mais fortes (se não A mas forte) que já conheci, e a força não quer dizer que ela faz as maiores loucuras suicidas do mundo, mas sim, que ela é capaz de enfrentar a realidade, por mais cruel que esta seja.

Pontos negativos: A história volta ao seu clima depressivo e agora com muito mais força que no livro anterior. A personagem toca seu coração do inicio ao fim e você sente a todo momento por saber que não há nada que possa ser feito para suavizar seu iminente "destino".
Mesmo aquele que se acreditava que poderia ser de grande auxílio para ela (Cabel) mostra e a ajuda, mas, ao mesmo tempo lhe destrói, pois todos os seus temores tornam a aparecer em sonhos no qual ela é forçada a assistir horrorizada:
"– Certo, obrigado – diz ele – Você por acaso gostaria de me contar o que está acontecendo ultimamente?
Janie engole seco.
Passa o dedo pelos cabelos e fica olhando ele. Inclina a cabeça e pressiona os lábios, unindo-os, para fazer com que parem de tremer.
Ela não consegue fazer isso.
Não consegue contar a ele.
Não consegue dizer.
Então, ela mente."
Desta vez o foco não é o trabalho, mas sim o que lhe espera de futuro. Ela tenta com todas as suas forças encontrar a melhor forma de viver no futuro e deseja tanto por sua vida que chega mesmo a pensar que talvés fosse melhor deixar o Cabel para tentar fugir de seu destino.
Ele por sua vez sabe que ela está mal, mas, tem de lutar muito para conseguir entender o que acontece, ao mesmo tempo em que passa os dias tentando se manter de pé e escondendo dela seus medos para que esta não fique ainda pior do que já está, sem perceber que as noites revelam tudo o que lhe esconde.
Se antes eu diria que a personagem Janie estava a beira do precipício, agora eu diria que ela já escorregou dele e só pode pensar o que fazer antes de chegar ao chão.

Curiosidades: Em sua página da Amazon a autora afirma que havia escrito este livro uma vez antes e que muito chorou enquanto o fazia, mas, que devido as críticas ao mostra-lo ela teve de reescreve-lo, o que foi feito logo depois da turnê de Fade e ao som de Dido's "Here With Me".
Trecho extra na sinopse do site:
"He reaches toward her, his fingers black and bloody, his eyes deranged, unblinking. Janie is paralyzed. His cold hands reach around her neck, squeezing tight, tighter, until Janie has no breath left. She's unable to move, unable to think. As his grasp tightens further around Janie's neck, his face turns sickly alabaster. He strains harder and begins to shake.

Janie is dying.
She has no fight left in her.
It's over."

Enfim: Uma série muito boa, a autora escreve bem, o que estragou para mim foi que não gosto de acompanhar sofrimentos contínuos e tristesas inevitáveis, mas, o mérito da autora nem por isto é perdido.

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Fade: Desvanecer (Lisa Mcmann)




Sinopse: Para Janie e Cabel a vida real está ficando cada vez mais difícil que os sonhos. Eles apenas querem conseguir algum tempo (mesmo que secreto) para ficarem juntos, mas a sorte não está ao lado deles. Coisas perturbadoras começam a acontecer na escola Fieldridge High, mesmo que ninguém queira comentar sobre o assunto. Quando Janie é sugada para dentro do violento pesadelo de uma colega o caso finalmente começa a ter pistas, mas nada acontece como o planejado. Nem de perto. Janie está perdendo o controle de sua vida, e o comportamento chocante de Cabel trás graves conseqüências para ambos.

Publicado: Atualmente já foi publicado no Brasil, logo para quem não gosta de ler em inglês ou baixar traduções pode ficar a vontade.

Pontos positivos:
A idéia do livro é genial, desta vez a Janie está trabalhando para a capitã junto com o Cabelem um mistério que envolve não apenas professores, mas também, alunos. Quando percebe que nos sonhos dos mesmos ela não encontra maiores pistas para resolver o mistério, percebe então que deverá se aproximar dos suspeitos trazendo um grande desconforto para Cabel que quer protege-la a qualquer custo e simplesmente embora saiba que precisa, não consegue aceitar corretamente que ela se envolva de tal forma. A harmonia entro os dois começa a se rachar, mas, o cuidado do Cabel para com ela assim como ele saber o erro que está cometendo e a tentativa dele de não comete-lo não pode deixar de me conquistar neste caso simplesmente emocionante.

Pontos negativos:
Admito, estes foram os que mais pesaram. O caso é brilhante, o relacionamento com o Cabel foi envolvente, mas, a partir deste livro a série começa realmente a desandar na minha opnião. É claro para qualquer um que acompanha que a Janie nunca teve uma das melhores vidas (isso para não falar que era simplesmente um inferno), mas, nada como a sucessão que se inicia neste livro.
O fato é que a Janie recebe alguns arquivos que começam a mostra-la as consequências de ser uma apanhadora de sonhos. A partir deste momento toda a narrativa cria uma clima melancólico para não dizer depressivo, onde o que antes parecia ser uma melhora na vida da Janie agora se mostra uma maldição terrível.
A personagem que aparenta ter tido uma vida inteira de sofrimentos parece que está para ter de aguentar uma barra ainda pior e como no momento as coisas estão um tanto quanto confusas com o Cabel ela se sente ainda mais desamparada de forma que se eu podesse descrever a vida da Jane neste momento em poucas palavras seria:
A beira do precipício

Enfim: Uma série fenomental que começa a desandar neste livro com seu clima depressivo nos deixando pensar somente algo como "poxa, será que a vida dela nunca será melhor?". É claro que isto é algo mais pessoal. Não gosto de livros quando deixam climas depressivos continuados, mas, se você gosta fique a vontade, a série é bem escrita e o caso que o livro narra é muito bom.

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Wake: Despertar (Lisa Mcmann)

Sinopse: Para Janie, uma garota de 17 anos, ser sugada para dentro dos sonhos de outras pessoas está se tornando normal.

Janie não pode contar a ninguém sobre o que acontece com ela – eles nunca acreditariam, ou pior, achariam que é uma aberração. Então, ela vive no limite, amaldiçoada com uma habilidade que não quer e não pode controlar.
Mas, de repente, Janie acaba presa dentro de um pesadelo horrível, que lhe causa um imenso terror. Pela primeira vez, ela deixa de ser expectadora e se torna uma participante…

“Um romance lírico, cujas imagens permanecem com você, muito tempo depois de virada a última página, como o mais memorável dos sonhos.”
Cassandra Clare




Linguagem
A autora escreve o livro em uma linguagem onde vemos claramente o narrador externo que pouco entra na mente da personagem, descrevendo mais sentimentos e emoções que puramente seus pensamentos mais profundos. A falta de profundidade para com a mente do personagem deveria te fazer não conseguir sentir-se em sua pele, mas em uma escrita a estilo diário e com emoções fortes e recordações marcantes de sua vida, é impossível não faze-lo, levando os leitores a acompanhar um choque entre a impessoalidade e uma ligação extremamente pessoal que você consegue fazer com a personagem e sua vida.
O livro não é daqueles onde você verá um longo discorrer sobre um breve fato. Mesmo em virtude do formato "diário" o leitor acompanha uma sucessão dos mais importantes fatos na vida da personagem, e como tal poucas são as vezes que se imforma o que ocorreu no meio tempo entre uma "página e outra". O pensamento da personagem que lhe leva a saber o que de fato ocorreu, mas, de uma forma tão natural que não te deixa deixar de pensar "poxa, quase que eu perdia isto".
Gênero
Outro ponto marcante é é que a escritora não se prende a um gênero, o que antes pensamos que podia ser drama de uma garota pobre, com problemas com a mãe, basicamente sem nenhum amigo de verdade, se torna algo sobrenatural a partir de sua capacidade de entrar no sonho das pessoas sem ter o menor controle quanto ao fato, quando pensamos que o sobrenatural vai dominar começamos a ver seus conflitos pessoais, romanticos, e a vontade de perseverar em sua vida "normal" com aqueles poderes, e ao final quando pensamos que já bastava e não tinha mais como modificar-se aparece uma mistura com histórias policiais ainda que de leve uma vez em que nenhum dos gêneros anteriores é deixado de lado.
O livro é como uma doce mistura daquelas que inicialmente pareciam exoticas, mas, que quando você lê é algo tão natural quanto um suco de abacaxi com hortelã se me permitem o tracadilho, você simplesmente não é capaz de dizer ao final da leitura como poderia ser diferente de toda esta mistura, pois ela que torna o livro tçao emocionante.
Personagens
Quanto aos personagens tenho pouco a dizer, creio que neste livro em questão a autora e sua escrita "de lua" por assim dizer foi o que mais me chamou atenção, e embora pincelado, esta mesma característica é percebida na vida da personagem.
Janie Hannagan é uma personagem que surpreende não apenas pelo seu nome pouco visto na literatura. Acompanhamos sua vida desde os 8 anos até sua preparação para faculdade, de forma tal que vemos desde uma menina assutada, passando por uma menina que luta para aprender a se virar , mesmo que isso signifique fugir de todos e se isolar durante o dia por apenas 1 hora de sono, até uma mulher que persevera frente a um colapso e decide lutar com todas as suas forças para controlar aquilo que de maldição já passa a ser uma sua mente um poder.
A antes menininha assustada, se torna alguém que ajuda os outros com o que pode. A antes garota que se escondia de falar a verdade se torna aquela que pede para que fique ao seu lado e não permita que ninhuém veja que está para ter um colapso. A antes menona que fugia de se magoar por alguém, se torna aquela que mesmo quando tudo parece perdido volta e decide que quer saber toda a verdade daquele que ama.
Cabel Strumheller é outro que supreende, parecia sempre um completo mistério, e passa do garoto estranho do skate a aquele perseverante, que luta para conseguir tudo o que deseja.
Um detalhe interessante é que nenhum dos personagens parece ser perfeito, eles bebem, tem familiam complicadas além de histórias de vida complicadas como a melhor amiga Carrie, que aparenta uma luta incessante para crescer e ao mesmo tempo sofre de eternas quedas e barrancos, mas, sempre estando lá para a amiga.
Enfim
Este livro já entrou na lista dos melhores para mim. Era o que procurava a tempo, um livro bem dosado em todas as medidas, sem aquele estado melancólico depressivo marcante do gênero atual. Recomendo, li o e-book e em breve encomendo o livro pois algo tão bom definitivamente quero ter em minha coleção. Não saiu em português ainda o resto da série, mas admito, estou com altas expectativas.

PS: A edição brasileira tem 2 surpresas para os leitores ao final do livro: uma cena muito importante narrada pelo ponto de vista do Cabel e um trecho de Fade.

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Traçando Livros Sobre o Sofá




Estou sentada no sofá...
Estou lendo um livro as vezes no computador as vezes no papel e não consido deixar de pensar que estes são alguns dos momentos mais maravilhosos de minha vida então porque não escrever sobre isto?
Então termino aqui com algo que escrevi quando me perguntavam: Porque um livro?

"Porque um leitor não é aquele q folheia uma embalagem de papel com letras escritas, mas sim, aquele que as descodifica, analisa, viaja, conhece, aprende, se diverte e delicia, com aqueles que logo se tornam companheiros de parte da sua vida e os faz, mesmo que por pouco tempo, sentir-se longe dos problemas e mundo a qual pertence, o faz voar alto e consciente que nunca fez uma viagem tão longa em tão pouco tempo, e principalmente, aquele que te ensinará e marcará, ás vezes pouco, ás vezes muito, mas, eternamente."

E com orgulho de uma traça livros singelamente me despeço....

Ninha

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